Santarém em busca de um plano de mobilidade para todos
O poderoso encontro natural entre os rios Tapajós e Amazonas salta aos olhos e inspira uma cidade inteira. Localizada no seio amazônico, Santarém é lar de 300 mil pessoas, recebe milhares de turistas ao ano, e hoje busca um rumo mais sustentável por meio de uma oportunidade histórica: a construção e implementação do primeiro plano de mobilidade do município. Nesta quinta-feira (5), a cidade firmou Termo de Cooperação Técnica com o WRI Brasil Cidades Sustentáveis e recebeu o primeiro dia de Alinhamento Estratégico para o desenvolvimento do plano no Auditório do CIAM.
O prefeito Alexandre Von assinou o documento juntamente com Rejane Fernandes, Diretora de Relações Estratégicas e Desenvolvimento do WRI Cidades, durante a cerimônia de abertura ao lado da Secretária de Mobilidade e Trânsito, Heloisa Helena Nunes; da Promotora Maria Raimunda; da Presidente do Conselho Municipal de Transporte, Marta Zoraíva; e do vereador Rogelio Cebuliski. Entre os 90 participantes, estavam técnicos municipais, representantes dos sindicatos dos taxistas, mototaxistas, e de operadores de ônibus, além de associações de bairros e outras entidades da sociedade civil.
Prefeito Alexandre Von e Rejane Fernandes assinaram o Termo, esta tarde, em Santarém. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
“Temos o desafio de construir, pela primeira vez em 354 anos de história, um plano municipal de mobilidade”, exaltou o prefeito. “Começamos o planejamento há um ano e detectamos a necessidade de apoio técnico, por isso fomos bater na porta do WRI Brasil Cidades Sustentáveis. Contamos agora com a parceria, o conhecimento, a expertise dos profissionais da organização, contribuindo e enriquecendo o debate, para construirmos um plano para todos”, destacou Von.
A secretária Helena Nunes está no comando do desenvolvimento do plano e entende o momento como um propulsor dos trabalhos. “Estou emocionada e ansiosa por esse momento. Vamos dar um passo transformador para o plano de mobilidade de Santarém. Quero agradecer ao WRI por estar aqui conosco. Estamos felizes com essa orientação para construirmos uma Santarém melhor”, exaltou.
A diretora Rejane Fernandes vê a oportunidade de trabalhar com o município em busca da construção de uma cidade para pessoas, com mais qualidade de vida e prosperidade. “Estamos muito felizes em ver o interesse de Santarém em avançar no plano. Planejamento sem ação é inútil, mas ação sem planejamento é fatal”, enfatizou Rejane. “Contem conosco para ensinar e também aprender com as especificidades de Santarém. Nosso grande objetivo é para que as pessoas possam prosperar e para isso é necessário reunir governos, sociedade civil e iniciativa privada”, finalizou a especialista.
Primeiro dia de alinhamento. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Os passos para a construção do plano
Na sequência dos trabalhos, Lara Caccia, especialista de Desenvolvimento Urbano, apresentou a metodologia desenvolvida pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis, e endossada pelo Ministério das Cidades, do Passo a Passo para a Construção de um Plano de Mobilidade Urbana. O manual contribui para a preparação e a implantação de planos de mobilidade sustentável no Brasil, a partir de exigência da Lei da Mobilidade Urbana, Nº 12.587/12. “A prioridade são as pessoas, o transporte coletivo e o não motorizado. Temos a oportunidade de reverter uma lógica antiga de diversas cidades do país”, destacou a especialista.
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De acordo com a especialista, é importante que o plano e seus passos sejam amplamente comunicados à sociedade civil por meio de site e meios de comunicação como rádio e televisão. “Precisamos ser transparentes, publicar informações em canais de comunicação e site próprio. Essa etapa é transversal em todo processo do plano”, disse.
Também foram destacadas cidades brasileiras que já estruturaram seus documentos e hoje são exemplos, como o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis – PLAMUS, o PlanMOB de Joinville, os Planos de Mobilidade de Sorocaba, Campina Grande, Rio Branco e Belo Horizonte. “Esperamos inserir, em breve, Santarém nesse conjunto de cidades que hoje são exemplos reais”, finalizou.
Qual Santarém queremos?
Somar esforços técnicos, políticos e sociais para atingir um objetivo comum. Essa é a receita que muitas cidades seguiram para qualificar a mobilidade e hoje colhem frutos, com menos mortes no trânsito, redução da poluição do ar e maior nível de bem-estar social. Para chegar lá, porém, o primeiro passo foi vislumbrar o horizonte. “Um plano de mobilidade urbana precisa de uma visão única de qual cidade queremos”, explicou Diogo Pires Ferreira, Coordenador de Projetos de Transporte do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, ao lado da diretora de Desenvolvimento Urbano, Nívea Oppermann. Os especialistas conduziram a atividade de construção de visão de Santarém. Os participantes foram instigados a pensar em “qual Santarém” gostariam de viver até 2025.
Nívea Oppermann e Diogo Pires Ferreira durante atividade final do primeiro dia em Santarém. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
A exuberância natural, o povo acolhedor e a busca pela sustentabilidade foram algumas das características que compuseram a visão da cidade paraense. Este será o norte para as atividades do segundo dia de Alinhamento Estratégico, quando serão discutidas as principais ações ao plano em oito áreas específicas: pedestres e ciclistas; espaços públicos e novas urbanizações; transporte coletivo; veículos privados; sistema viário; Governança; táxis e moto-táxis; e transporte de carga. Formuladas as ações, os participantes serão convidados a mapear os principais atores e a montar o caminho crítico para a concretização do plano de mobilidade sustentável.
Lara Caccia, do WRI Brasil Cidades Sustentáveis. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis