Fortaleza recebe workshop para identificar e tratar pontos críticos de segurança viária
A capital cearense é uma das dez cidades do mundo selecionadas para a Iniciativa da Bloomberg para a Segurança Viária Global e está recebendo o apoio do WRI Brasil Cidades Sustentáveis para implementar ações que qualifiquem a segurança nas vias urbanas.
Nesta semana, nos dias 16 e 17, o workshop conduzido por Christine Nodari, doutora em Segurança Viária e professora da UFRGS, reuniu técnicos da prefeitura e representantes de empresas parceiras para debater metodologias de análise e tratamento para os “pontos críticos” de acidentes, visando à melhoria da segurança viária em Fortaleza. O evento contou também com a participação de Shanna Lucchesi, Especialista em Segurança Viária do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, e Dante Rosado, Coordenador da Iniciativa Bloomberg em Fortaleza.
Os pontos críticos são locais de uma determinada cidade ou região onde o número de acidentes registrado sobressalta-se aos de outros locais analisados, um sinal de que os acidentes nessas áreas acontecem por alguma razão específica, como apontou Christine: "Tratar pontos críticos significa identificar locais onde o número de acidentes é superior ao número “esperado ao acaso”, pois acidentes que não ocorrem por acaso devem ter uma causa específica e essa causa específica deve ser diagnosticada e eliminada". Para resolver o problema, a professora continua, a coleta de dados referentes aos acidentes é fundamental: “É muito importante que os responsáveis pela coleta de dados estejam envolvidos nesse processo, como agentes ativos na análise dos acidentes, já que esse é o primeiro passo”.
Christine Nodari, professora da UFRGS, conduziu o evento, que explorou métodos de identificação e tratamento de pontos críticos para a segurança (Foto: Bruno Rizzon/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Garantir as condições de segurança necessárias para os pedestres ajuda a prevenir que acidentes graves ou fatais aconteçam – e nem sempre esse processo implica mudanças profundas: “Precisamos compreender que, em alguns casos, não são necessárias grandes alterações na capacidade da via ou em seu desenho para tratar pontos críticos. Apesar de esta ser uma importante medida, melhorar a iluminação e a sinalização já são ações efetivas para reduzir os acidentes com feridos e vítimas fatais”, analisa Shanna. No que diz respeito às travessias, por exemplo, cada metro a mais na distância que o pedestre precisa percorrer representa um aumento de 6% no risco de morte.
Cerca de 30 pessoas acompanharam os dois dias de discussões, que incluíram também a apresentação de estudos de caso dos principais pontos críticos para a segurança. Conforme Dante Rosado, coordenador geral da Iniciativa Bloomberg na cidade, a ideia é utilizar os conceitos apresentados no workshop também para melhorar a segurança dos pedestres: “Estamos começando o programa de apoio à circulação de pedestres, com as ações da prefeitura voltadas para esse propósito. Nosso objetivo, ainda para o primeiro semestre de 2016, é incorporar ações no tratamento de pontos críticos para pedestres”.