Dia de construção coletiva para o plano de mobilidade de Santarém
Santerém busca o desenvolvimento de um plano de mobilidade que integre seus moradores com melhores espaços para circulação e convívio e opções mais sustentáveis de transporte. Para isso, poder público, sociedade civil e setor privado precisam estar envolvidos. Foi essa a dinâmica proposta no último dia de Alinhamento Estratégico para o Plano de Mobilidade Urbana, organizado pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis em parceria a SMT – Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito, nesta sexta-feira (6). Os cerca de 50 participantes - entre técnicos de diferentes secretarias, representantes de associações e sociedade civil - foram divididos em grupos de trabalho para elencar ações que gostariam de ver contempladas no plano da cidade.
Participação durante atividades desta sexta-feira em Santarém. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
As atividades foram conduzidas pela equipe do WRI Cidades formada por Nívea Oppermann, diretora de Desenvolvimento Urbano; Rejane Fernandes, diretora de Relações Estratégicas e Desenvolvimento; Diogo Pires Ferreira, coordenador de Projetos de Transporte; Lara Caccia, especialista de Desenvolvimento Urbano; e pelo professor Reginaldo Abreu, consultor e um dos responsáveis pela elaboração do plano. Por meio da metodologia world-café, as discussões foram divididas em oito temas fundamentais que o documento deve abranger: pedestres e ciclistas; espaços públicos e novas urbanizações; transporte coletivo; veículos privados; sistema viário; participação popular; táxis e mototáxis; e transporte de carga.
Por onde começar?
Encontrar e entender os desafios são passos prévios fundamentais à execução do plano. De acordo com Reginaldo Abreu, os estudos de diagnóstico sobre a expansão da cidade já estão encaminhados e serão fundamentais para a base do documento final. O consultor mostrou a mudança da malha urbana nas décadas de 1940, 1970, 2000 e atualmente. “Como podemos ver, a malha urbana da cidade cresceu muito, mas a infraestrutura viária e os serviços não acompanharam essa expansão. Hoje conseguimos enxergar onde devemos ampliar e melhorar”, explicou.
Um dos principais desafios é desafogar a porção central da cidade, com a criação de corredores de transporte coletivo em outras regiões, uma vez que a maioria das rotas necessariamente passam pelo centro. A falta de acessibilidade universal também é um ponto a ser trabalhado. “Não podemos pensar apenas nos veículos. Temos também que pensar na facilidade para as pessoas se deslocarem a pé e com acessibilidade para todos”, pontuou Nívea Oppermann.
Os especialistas também destacaram a necessidade de o plano de mobilidade estar integrado a outros planos, como o Diretor, para respeitar as especificidades de cada bairro, além de dar continuidade aos estudos. A equipe envolvida conta com muitos jovens estudantes que estão sendo capacitados para manter o trabalho contínuo e a base de dados atualizada.
Mas a construção coletiva figura como a grande protagonista. “A participação popular é fundamental para que vocês possam dar a nós, técnicos, a visão que não temos. Nossa visão é pragmática, mas existem muitas nuances que só a comunidade percebe no dia a dia. Precisamos somar essas visões para termos um diagnóstico completo para mudarmos nossa cidade”, destacou Abreu.
Trabalho em grupo
Os participantes enumeraram ações que devem ser prioritárias dentro de cada tema proposto, de acordo com as necessidades de Santarém. As ideias passaram por qualificação do sistema de transporte por ônibus, construção de bicicletários e de ciclovias que se conectem a outros modais, além da ampliação de espaços para circulação de pedestres, entre diversas ações. Na sequência, foram definidos os principais atores envolvidos e o caminho à execução do plano de mobilidade. As fases prioritárias, de acordo com a metodologia dos "Sete Passos", foram estabelecidas e dispostas no cronograma de execução, em conjunto com a Secretária Helena Nunes e os técnicos da prefeitura.
As ações de comunicação e oficinas de participação social também ganharam destaque uma vez que têm papeis centrais junto à população e democratização do plano. "A transparência de informações à população é fundamental para avançar a um plano de todos. Estabelecer um canal direto, como um site oficial, é essencial e um meio de comunicação dinâmico que deve ser atualizado até o fim do processo", explicou Rejane Fernandes.
O horizonte estabelecido foi de um ano. Até lá, Santarém pretende ter seu primeiro plano de mobilidade aprovado, seguindo as ações discutidas. “Esse exercício que realizamos hoje é fundamental, pois expõe metas e prioridades em uma linha de tempo. Assim, percebemos o trabalho que está no horizonte para execução e os responsáveis”, explicou Nivea Oppermann. "Trabalhamos esses dois dias juntos com vocês porque sabemos que quando a população está envolvida no plano, ele é mais perene. Obrigada a todos pela presença e participação", finalizou.
Agora, o WRI Brasil Cidades Sustentáveis consolidará as informações levantadas durante os dois dias de Alinhamento Estratégico em um relatório que será entregue à Prefeitura de Santarém. O trabalho coletivo deve influenciar diretamente as ações do plano de mobilidade que a cidade desenvolve em busca de um futuro mais sustentável e igualitário à “Pérola do Tapajós”.
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis
Equipes da Prefeitura de Santarém e WRI Brasil Cidades Sustentáveis reunidas. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)