A COP 21 e o maior acordo climático da história
O ano de 2015 ficará marcado na história. Afinal, o mesmo ano que sobe, aos poucos, ao primeiro lugar no ranking de ano mais quente da história, servirá também, de 30 de novembro a 10 de dezembro, para que 196 países assinem mais do que um documento, mas o comprometimento de impedir que o aquecimento do planeta continue a ser uma realidade.
Estamos prestes a vivenciar a assinatura do maior acordo climático da história. A Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), a ser realizada em Paris, vai substituir o Protocolo de Kyoto, e ao contrário dele, que tinha metas específicas para um grupo de menos de 40 países desenvolvidos, o COP 21 será um acordo global que envolverá mais de 196 nações.
Vivemos, portanto, um momento crucial na tomada de decisões e mudança de hábitos que assegurem um futuro com menos emissões de carbono. Por isso, o principal objetivo da conferência é que todas essas nações cheguem ao acordo global, válido para todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global e limitando o aumento da temperatura do planeta em 2º até 2100.
Mas o que é a COP21?
A comissão francesa de organização do evento preparou um infográfico excelente para explicar o que é o COP21 e quais são seus propósitos:
Metas individuais para o acordo global
No decorrer do ano, os países apresentaram propostas e alternativas de como podem contribuir para esse esforço coletivo. As Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas, os chamados INDCs, são documentos com as pretensões dos países para reduzir e remover as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). Todos os governos devem apresentar, no sentido de conseguir um acordo climático global, suas propostas de INDC. O brasileiro já foi anunciado ao COP e está disponível na plataforma.
Até agora, foram apresentadas 119 metas. Se somadas, as propostas representam 86% das emissões de carbono do mundo. Nunca antes na história deste planeta tantas nações voluntariaram tantas propostas para combater a mudança climática. A mera existência das INDCs torna um vislumbre positivo para o acordo de Paris.
Os INDCs poderiam reduzir emissões dos 49 GtCO2/ano (bilhões de toneladas de CO2 por ano) de 2010 para o equivalente a 56,7 GtCO2/ano até 2030. Número equivalente a quatro bilhões a menos do projetado se nenhuma medida fosse tomada, como pontua o G1 sobre um novo relatório.
2015, um marco
A nossa civilização nunca se deparou com os atuais riscos existenciais, designadamente os associados ao aquecimento global, destruição da biodiversidade e esgotamento de recursos. As nossas sociedades nunca tiveram uma tal oportunidade para promover o avanço da prosperidade e a erradicação da pobreza. Chegou a hora de optarmos por uma via para a sustentabilidade ou continuarmos fiéis à atual atitude de indiferença rumo à destruição”, assim começa o texto elaborado pela Earth League (Liga da Terra) – uma rede internacional de cientistas estudiosos das mudanças globais. O texto ficou conhecido como a Declaração da Terra, um conjunto de oito ações essenciais às discussões da Cúpula do Clima (COP21), em Paris, em dezembro.
O imediatismo da Declaração da Terra é conhecido. Se ultrapassados esses 2 graus que o Protocolo de Paris pretende mitigar, cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam consequências como extinção de espécies da fauna e da flora, alteração na frequência e intensidade das chuvas – que interfere na agricultura, por exemplo – assim como, a elevação do nível do mar e intensificação dos fenômenos meteorológicos extremos, como tempestades e secas prolongadas, derretimento dos polos e aumento do nível dos oceanos.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon se mantém firme sobre a importância do assunto. Em recente declaração, Ban afirmou que tem alertado os Estados-membros de que “não temos plano B porque não temos um planeta B”.
“É muito frustrante ver que os negociadores têm negociado apenas baseados em suas perspectivas nacionais muito estreitas. Esta não é uma questão de uma nação individual, este é um assunto global”, disse, em visita a Bratislava, na Eslováquia.
Nossa casa, nossas ações
As mudanças climáticas são realidade, e as emissões de gás carbônico precisam desacelerar. Sabemos disso há tempos. A COP 21 apresenta uma oportunidade de que vislumbremos um futuro de baixo carbono para a sobrevivência da terra. Para que as consequências das mudanças climáticas parem de ressoar e que possamos tomar ações que envolvam um futuro positivo para nossa casa, nosso planeta. As metas que serão assinadas na COP 21, podem alterar o rumo de nossas vidas. Precisamos estar atentos a todos os acordos firmados. Afinal, eles levam o emblema de serem assinados por governantes, mas são, acima de tudo, nossos. É nossa tarefa cobrar que aconteçam e ajudar a cumpri-los.
Publicado originalmente no TheCityFix Brasil.