Como evitar mais mortes no trânsito?

Auditorias de segurança viária, fiscalização, conduta e mapeamento de dados foram alguns dos pontos abordados pelo Road Safety Policy, Accident Analysis and Prevention and Road Safety Audit Procedures. São ações que estão auxiliando organizações e governos do mundo inteiro na busca de um objetivo único: cessar as mortes por acidentes viários. Cerca de 30 participantes, entre professores das principais universidades do país e técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego de Rio e São Paulo, acompanham as atividades.

A equipe de palestrantes é composta por experientes profissionais e professores da área, como Neil Thorpe e Roger Bird, da Newcastle University; e Andre Muench e Paulo Humanes, do PTV Group. No time da EMBARQ Brasil à frente do curso está Luis Antonio Lindau, diretor-presidente; Brenda Medeiros, gerente de Projetos; Denise Chagas, especialista em Segurança Viária; Marta Obelheiro, coordenadora de Projetos de Saúde e Segurança Viária; Rafaela Machado e Daniela Cassel, da equipe de Segurança Viária.
A velocidade de risco
Assuntos de debate durante a semana, a imprudência e a alta velocidade são alguns dos maiores causadores de acidentes de trânsito. A ação imediata de redução desse limite pode salvar muitas vidas. Reduzir a velocidade máxima de uma via para 30 km/h, por exemplo, diminui a chance de acidentes fatais para 10%. E muitos são os países que já adotaram a famosa “Zona 30” – Itália, França, Bélgica, Holanda, Áustria, Reino Unido, Dinamarca, entre outros.

Para Lindau, um dos maiores desafios a serem enfrentados reside na restrição da velocidade dos veículos motorizados e sua fiscalização. “O problema da alta velocidade é uma realidade, especialmente aqui no Rio de Janeiro; isso tem gerado acidentes e problemas por toda cidade”, afirma. “Essa semana tivemos uma boa notícia: a velocidade máxima do BRT foi reduzida para 60 km/h, mas é preciso mais. Temos que trabalhar para reduzir também a velocidade dos carros nas vias. A mudança precisa envolver todos”, alerta Lindau. O especialista, ao lado de Denise Chagas, apresentou os principais resultados de pesquisa de limite de velocidade urbana no mundo, que mostra o Rio como campeão em altas velocidades e mortes no trânsito.
Experiências globais
Um dos destaques do curso foram as especificações técnicas para uma auditoria de segurança viária eficiente. Se implementadas, as soluções propostas por um trabalho prévio de auditoria em projeto de transporte pode reduzir em até 40% o número de acidentes.
A frente de auditorias de segurança viária no BRT Transoeste, Marta Obelheiro e Rafaela Machado apresentaram ao grupo um panorama sobre o projeto, análises técnicas e principais sugestões aos desafios mapeados. Na Av. das Américas a travessia do pedestre é feita em diversas etapas, o que exige atenção. Algumas medidas foram tomadas, como inserção de semáforos, sinalização e a recente redução da velocidade máxima dos ônibus articulados.


Também os especialistas da EMBARQ na Índia, Nikhil Chaudhary e Dhawal Ashar, e Tolga Imamoglu da Turquia trouxeram suas experiências, nessa quinta-feira. Os “blackspots”, como são conhecidos os locais com alto índice de acidentes viários, foram combatidos em Istambul e cidades médias da Índia com redesenho de terminais e estações do sistema de transporte coletivo. “São áreas que por natureza atraem muitas pessoas diariamente, por isso, precisávamos dar especial atenção. E estamos muito motivados para continuar projetos como esse no nosso país”, pontua Ashar.

Trabalho de campo
Na tarde desta quinta-feira, os participantes foram divididos em 6 grupos para realizar um trabalho de campo após os dias intensos de exposições. Foram analisados três pontos importantes de interseções e circulação de pessoas no bairro Ipanema, na Zona Sul da cidade: Av. Prudente de Morais com Vinicius de Moraes; Visconde de Pirajá com Gomes Carneiro; e Vieira Souto, próximo ao Colégio São Paulo.



