Belém busca integração no plano de mobilidade urbana

Após firmar um novo compromisso para a elaboração de um plano de mobilidade sustentável, Belém recebeu, nesta segunda-feira (9), os técnicos do WRI Brasil Cidades Sustentáveis para o primeiro dia de Alinhamento Estratégico na SEMOB - Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana. Com 1,4 milhão de habitantes, a capital paraense é a segunda mais populosa da Região Norte, atrás apenas de Manaus, e busca construir um plano que integre o projeto BRT e o Plano de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Participaram dos trabalhos representantes das Comissões Executiva e Técnica da Prefeitura. Amanhã, o encontro será com a sociedade civil e Comissão de Acompanhamento.

“Já temos uma integração muito boa entre as secretarias e sabemos que todas têm uma importância muito grande na elaboração do plano de mobilidade”, destacou Francimario Gomes, um dos responsáveis pelo documento na Coordenadoria de Mobilidade da SEMOB. Por decreto municipal, as comissões são formadas pelo prefeito Zenaldo Coutinho, secretários de Urbanismo, Meio Ambiente, Economia, Gestão e Planejamento, Habitação, Saneamento, Semob, presidências da Codem e da Fumbel, Comus, representantes da Câmara Municipal de Belém e da Ordem dos Advogados do Brasil, técnicos dos órgãos, sociedade civil representada pela Associação dos Deficientes Físicos, Conselho Municipal do Idoso, Federação Paraense de Entidades de Movimento Social, Comissão de Ciclomobilidade de Belém, Observatório Social de Belém e Universidades.

Diogo Pires e Lara Caccia conduziram atividades. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)

A união de diferentes secretarias é um dos primeiros passos institucionais para a construção de um bom plano de mobilidade. “Quando falamos em mobilidade falamos do pedestre, ciclista, saúde pública, transporte coletivo, enfim, a gama de trabalho é grande e precisamos do envolvimento de todos para que o plano avance”, explicou Diogo Pires Ferreira, Coordenador de Projetos de Transporte do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, que conduziu as atividades ao lado de Lara Caccia, especialista de Desenvolvimento Urbano.

De acordo com Lara, a integração entre diferentes planos e projetos que Belém busca pode evitar problemas em longo prazo. “Precisamos prever desafios que envolvem diferentes secretarias. Por exemplo, se um projeto de habitação de interesse social não estiver inserido no eixo de transporte que está sendo implantado, possivelmente, haverá problemas no futuro. Por isso esse momento de alinhamento e definição de responsabilidades é fundamental”, explicou.

A especialista apresentou os sete passos da metodologia para a construção do plano de mobilidade urbana desenvolvido pela organização e endossado pelo Ministério das Cidades. São eles: 1) preparação; 2) definição do escopo; 3) procedimentos gerenciais; 4) elaboração; 5) aprovação; 6) implementação; 7) avaliação e revisão. Clique aqui para conhecer os detalhes de cada passo. 

Os técnicos da Prefeitura foram convidados a estruturar, em conjunto, uma linha do tempo com as ações prioritárias previstas até a aprovação final do plano e seus prazos. O exercício colocou alguns desafios na mesa, como a estruturação da identidade visual e Comunicação do plano, mapeamento de dados, assim como a definição de responsáveis.

Grupo montou caminho crítico para elaboração do documento. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)

A especialista Lara Caccia também apontou algumas cidades brasileiras que já estruturaram seus planos e hoje são exemplos, como Joinville, Sorocaba, Campina Grande, Rio Branco e Belo Horizonte. Outro exemplo foi a estruturação do PLAMUS – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis, o documento foi elaborado também a partir de uma ampla participação da sociedade a partir de oficinas nos 13 municípios que compõem a RM da capital catarinense.

Belém também prevê uma série de Oficinas de Participação Social, coordenadas pela AMA Belém, para a estruturação de um plano de mobilidade mais democrático e que contemple as necessidades dos moradores. “Queremos entender se os diagnósticos já levantados pela equipe técnica estão alinhados com os desejos da população”, disse Maísa Tobias, Superintendente da SEMOB. Nesta terça-feira (10), será a vez dos representantes da sociedade civil participarem dos trabalhos de Alinhamento Estratégico juntamente com os técnicos da Prefeitura de Belém e WRI Brasil Cidades Sustentáveis. 

Maísa Tobias, da SEMOB, está à frente do plano de mobilidade de Belém. (Foto: Mariana Gil / WRI Brasil Cidades Sustentáveis)