167 países se comprometem com a Nova Agenda Urbana no último dia da Habitat III
A quinta-feira (20) marcou o quarto e último dia da Habitat III, que concentrou centenas de painéis, sessões e eventos sobre como melhorar a vida nas cidades, em Quito, no Equador. Líderes globais, cidadãos, líderes comunitários, mulheres e homens de negócios, jovens e diversos especialistas em planejamento urbano usaram o espaço para dar voz às milhões de pessoas que habitam as cidades do mundo.
Mais de 100 mil pessoas foram envolvidas na elaboração, formulação e negociação da Nova Agenda Urbana nos últimos dois anos. Finalizando este longo processo, na quinta-feira à noite, durante a sessão plenária de encerramento, 167 países assinaram o documento se comprometendo a melhorar a qualidade de vida nas cidades. "A Nova Agenda Urbana tem sido adotada pelos Estados membros e a viagem para o futuro urbano sustentável está apenas começando", proclamou Joan Clos, Diretor Executivo da ONU-Habitat.
Nas sessões finais, os participantes da plenária ressaltaram a importância de soluções orientadas por dados, mas sem perder de vista os direitos humanos. Os dados são chave para que ações mais eficazes sejam conduzidas na implementação da visão de cidade. As plataformas de dados e sistemas de alerta de risco integradas às políticas municipais podem fornecer as bases para encontrar melhores soluções, customizadas para os problemas locais. Já o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas chama atenção para os direitos humanos como peça central para alcançar os objetivos relativos aos serviços básicos. De acordo com o órgão, o acesso a habitação, água, saúde e saneamento ainda são considerados commodities e não direitos e as disposições estabelecidas pela NAU só poderão ser alcançadas quando os direitos humanos estiverem completamente integrados às ações.
Quanto mais os delegados se aproximavam da aprovação do texto final, mesas-redondas e plenárias aprofundavam uma discussão do caminho que se tem pela frente para viabilizar a implementação desta nova ideia de cidade. Apesar da visão compartilhada de cidades sustentáveis por diversos países ser um avanço, ela ainda precisa ser implementada pelos municípios, o que requer esforços em diversos níveis de governo e o apoio de diferentes setores. “Ainda temos como dever de casa desenvolver um plano de implementação que estabeleça prioridades. Para implementar completamente a NAU, precisamos refinar a agenda de ações, com metas mensuráveis e medidas de monitoramento. O WRI Ross Center for Sustainable Cities está comprometido em desenvolver parcerias, globalmente e nos países, para apoiar os esforços das cidades em garantir mobilidade sustentável, segurança viária e habitação acessível para todos”, ressaltou Ani Dasgupta, Diretor Global do WRI Ross Center for Sustainable Cities.
Apesar dos imensos desafios que virão pela frente, o Presidente do Equador, Rafael Correa, fechou a semana de discussões com um ponto de vista positivo e emocionante. “A Habitat III é um marco para renovar a esperança por um mundo melhor”, enunciou.