COP 21: um momento histórico para o clima e para as cidades

(Foto: Priscila Pacheco/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)

O acordo climático firmado na COP 21 estabelece um novo tipo de cooperação internacional entre as nações – na qual tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento estão unidos por uma causa comum. O WRI – World Resources Institute participou ativamente das discussões, informando sobre as negociações, lançando pesquisas e fornecendo análises técnicas a respeito dos principais debates nos pavilhões da COP.

CEO e Presidente do WRI, Andrew Steer falou na CNN sobre a importância dos líderes no combate às mudanças climáticas. Além de participar de uma série de sessões durante a Conferência, Andrew foi citado pelo New York Times, pela Deutsche Welle, pelo USA TodayDPAE&E News e Business Green. Manish Bapna, Vice-Presidente Executivo do WRI, escreveu para a Forbes e foi entrevistado pela BBC. E Jennifer Morgan, Diretora do Programa de Clima, foi citada em matérias de diversos veículos: New York Times, Washington Post (aqui e aqui),  Reuters (aqui e aqui), Le Monde, CNN, APDPA,  Al Jazeera (aqui e aqui), Deutsche Welle (aquiaqui e aqui), Politico, The Guardian (aqui e aqui), Sydney Morning HeraldStraits TimesInternational Business TimesToronto StarChina DailySouth China Morning Post, entre vários outros.

No Caring for Climate Business Forum, o WRI anunciou que 114 empresas, que representam juntas 932 bilhões de dólares em receita e 476 milhões de toneladas de CO2 emitidas anualmente, comprometeram-se a estabelecer metas ambiciosas para manter o aumento da temperatura média do planeta abaixo de 2ºC. Em parceria com a UNDP, o instituto também lançou a publicação Adapting from the Ground Up, que destaca a atuação dos pequenos negócios na construção de resiliência das comunidades. Com a doação de dois milhões de dólares da Global Environment Facility (GEF), anunciada durante a COP 21, o WRI vai dar prosseguimento e expandir o trabalho com as gestões locais para promover políticas e ações de eficiência no setor de construções. E, finalmente, por meio do programa de cidades, o instituto firmou nova parceria com a 100 Resilient Cities, a fim de continuar apoiando as cidades na construção da resiliência a partir de ações de planejamento estratégico, mobilidade, recursos hídricos e soluções de eficiência urbanas.

Essa é apenas uma pequena amostra do trabalho do WRI durante a COP 21, que, ao longo dos dez dias de conferência, recebeu 2.500 menções na mídia internacional. “A Cidade da Luz é agora a Cidade da Esperança para as mudanças climáticas. Lideranças internacionais vieram a Paris com a séria determinação de construir um acordo climático forte e foi exatamente o que aconteceu. O acordo não tem o poder de resolver o problema sozinho, mas nos coloca em um caminho onde a solução é possível e alcançável”, declarou Andrew Steer (foto).

(Foto: Priscila Pacheco/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)

Um acordo sem precedentes

A COP 21 foi um momento histórico. Quase 200 países assinaram um acordo sem precedentes e se comprometeram a agir para que o aumento da temperatura média do planeta não ultrapasse 2°C até 2100. O documento construído em Paris, que substitui o Protocolo de Kyoto, estabelece um marco na história do combate às mudanças no clima: é a primeira vez que se alcança o consenso global, com o reconhecimento, por parte de todos os signatários, de que as emissões de gases do efeito estufa precisam ser desaceleradas e reduzidas com urgência.

Manter o aumento da temperatura média na Terra abaixo de 2°C é um entre os grandes objetivos do novo acordo climático. A outra grande área em em que as nações devem concentrar seus esforços é a adaptação. Os governos precisam trabalhar para aumentar a capacidade do planeta de se adaptar aos efeitos adversos das mudanças climáticas que não puderem ser evitados. Para tanto, países desenvolvidos comprometeram-se em garantir o financiamento de 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para assegurar a implementação e continuidade de ações de mitigação.

Antes da COP 21, os governos nacionais já haviam anunciado suas metas por meio dos INDCs, documentos que reúnem as contribuições de cada um para a redução das emissões em todo o mundo. Agora, depois de quase duas semanas de negociações em Paris, os países se veem frente a um novo acordo, com novas metas traçadas e novos prazos para alcançá-las. Um dos tópicos fundamentais foi o estabelecimento de um mecanismo de compensação para as perdas e danos causados por efeitos das mudanças climáticas que já são evitáveis. Além disso, destaca-se a importância de dar continuidade ao que foi estabelecido. O trabalho não pode parar e, de cinco em cinco anos, representantes dos 195 signatários devem se reencontrar para atualizar e dar prosseguimento ao acordo, revendo tanto as metas quanto os mecanismos de financiamento para concretizá-las. A primeira reunião, para debater as ambições dos países, já foi marcada para 2018.

As medidas definidas em Paris são reflexo de uma nova realidade: as mudanças climáticas deixaram de ser um conceito abstrato e se tornaram palpáveis, entrando de forma incisiva na agenda de países em todo o mundo. Hoje, não restam mais dúvidas de que atividade humana no planeta e nosso estilo de vida influenciam o clima em escala global. O assunto é sério, e a cada ano, com novos estudos e pesquisas, adquirimos mais conhecimento e nos tornamos mais aptos a tomar as medidas necessárias.

O novo acordo climático deve assumir os contornos legais a partir de 22 de abril de 2016, quando será aberto para assinatura na sede da ONU em Nova York. Em cada país, antes de começar a valer, o documento ainda passa por um processo de ratificação. De qualquer forma, trata-se de um momento sem precedentes na história do combate às mudanças no clima: o acordo de Paris, aliado à participação das cidades, tem o potencial de desacelerar as emissões em escala global e mudar a realidade das pessoas em todo o planeta.

A luta contra as mudanças no clima precisa das cidades

É o começo de uma nova era na luta contra as mudanças climáticas. E essa nova etapa é marcada pela presença das cidades. Finalmente, o papel das cidades no combate às mudanças no clima foi reconhecido pela ONU, e os centros urbanos têm a oportunidade de mostrar que estão aptos a agir.

Na sessão de abertura do pavilhão Cities & Regions, na COP 21, o prefeito de Bristol, George Ferguson, declarou: “Estamos aqui e aqui nos encontraremos até o fim da conferência para discutir soluções e encontrar caminhos para melhorar nossas cidades. Esperamos sair de Paris com um acordo climático forte o suficiente e com o poder necessário para assegurar as mudanças de que as cidades tanto precisam”. As palavras do prefeito inglês sintetizam a expectativa dos líderes municipais. Afinal, é nas cidades, onde vivem bilhões de pessoas em todo o mundo, que as medidas acertadas durante a conferência global precisam ser aplicadas para que as mudanças sejam possíveis.

O empoderamento dos governos locais é essencial porque, além de concentrarem a maior parte da população do planeta, as cidades respondem também pela maior parcela das emissões de gases do efeito estufa: 70%. Até 2050, tanto as áreas urbanas quanto a frota de automóveis devem triplicar de tamanho. As cidades precisam colocar em prática um novo modelo de desenvolvimento e implementar mudanças estruturais no setor de transportes para reduzir as emissões e assegurar o próprio futuro. Não à toa, diversos países incluíram ações específicas ao setor de transportes em seus INDCs (Intended Nationally Determined Contributions), documentos que reúnem as contribuições estabelecidas pelos países para reduzir emissões. No total, 21% dos INDCs colocam o setor de transporte como chave para a adaptação às mudanças no clima. 133 deles direta ou indiretamente visam os transportes, somando 200 medidas de mitigação específica para o setor (veja ao lado).

Implementadas localmente, essas ações podem contribuir significativamente para a redução das emissões de poluentes nas áreas onde elas causam os maiores prejuízos à população: as cidades. O sucesso na construção de cidades mais resilientes e saudáveis depende da efetividade tanto do processo de planejamento quanto da implementação das ações previstas. Compromisso, sabedoria para aprender com os erros e o reconhecimento do potencial das mudanças climáticas de inviabilizarem a vida no planeta, conforme atestado no Forum C40, são algumas das marcas das gestões municipais engajadas na mitigação. As cidades concentram grande parte do problema, mas também são a chave para a solução: “Precisamos de uma articulação sólida entre os governos regionais, mas sabemos da urgência do problema e estamos mobilizados em nosso compromisso com o clima e com as próximas gerações. Nossa vida depende disso”, declarou o Prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda.

(Foto: Priscila Pacheco/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)


Confira a cobertura completa do TheCityFix Brasil na COP 21:

 

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